Os erros que não podemos cometer em nosso sacerdócio

Introdução

Ml.:1 e 2

O sacerdócio levítico era privilégio e responsabilidade da tribo de Levi, os descendentes de Arão, foram escolhidos por Deus para o ministério de servir no tabernáculo e posteriormente no templo.

O profeta Malaquias, no capítulo dois, direciona uma tremenda exortação aos sacerdotes que ministravam no templo, os judeus já haviam voltado do exílio da Babilônia, reconstruídos os muros e o templo, mas agora apresentavam um culto medíocre a Deus, fazendo o serviço sacerdotal de forma negligente, manchado pelo desânimo (Ml 1:13) e marcado pela profanação do nome de Deus, o Senhor dos Exércitos (vs.6 e7). Por isso é que o profeta Malaquias direciona uma palavra dura aos sacerdotes, os pastores e lideres daquela época: “E agora esta advertência é para vocês, ó sacerdotes.” (2:1).


Esta palavra recai sobre toda a igreja, sobre os pastores e líderes, sobre os maridos que são os sacerdotes espirituais de sua casa, sobre jovens, adolescente e sobre todo membro, confrontando nossa omissão, nossa tolerância ao pecado e nossa negligência na obra de Deus. Em certo sentido, nos identificamos muitas vezes, com os traços de indiferença e preconceito do levita e do sacerdote, conquanto líderes espirituais do povo, no entanto, passam de largo abandonando o homem ferido, na parábola do bom samaritano 
(Lc 10:25).

Nesse texto destacaremos pelo menos seis erros cometidos pelos sacerdotes no tempo de Malaquias.

Quando relaxamos o compromisso com Deus e quebramos a aliança que fizemos com Ele, caímos num redemoinho de erros e desvios.


1 - Erro: Deixaram de ouvir com o coração para ouvir somente com o intelecto:

Se vocês não derem ouvidos e não se dispuserem a honrar meu nome, diz o Senhor dos Exércitos, lançarei maldição sobre vocês, e até amaldiçoarei as suas bênçãos. Aliás, já as amaldiçoei, PORQUE VOCES NÃO ME HONRAM COM O CORAÇÃO” (2:2).

Ouvir com o coração carrega em si mesmo um sentido espiritual poderoso: “Conseqüentemente, a fé vem por se ouvir a mensagem, e a mensagem é ouvida mediante a Palavra de Cristo” (Rm 10:17). Há daqueles que ouvem, mas não há transformação, continuando no pecado e teimosias, mas há daqueles que ouvem com os ouvidos do coração. 
Esses se tornam sacerdotes que cumprem a vontade de Deus.


2 - Erro: Desonraram o Nome de Deus (v.1). Desrespeitar o Nome de Deus é rejeitar a Sua pessoa, não refletindo Seu caráter no mundo. Triste é ver que os mesmos sacerdotes que desonraram o Nome de Deus foram os mesmos que foram desonrados por Ele, tornando-os estercos vivos que poluíram o templo: “Lançarei vocês fora, com os excrementos dos animais oferecidos” (v.3).

3 – Erro: Negligência e o descaso ao ministério. Os sacerdotes receberam do Senhor o serviço sagrado e altas responsabilidades (Nm 18:2-4), mas infelizmente agiram como profissionais descuidados, demonstrando um culto realizado de forma insincera e sem proveito algum diante de Deus.


4 - Deixaram de temer ao Senhor (v.5). A falta de temor gerou naqueles sacerdotes um coração cínico e calculista. A aliança havia sido dada por Deus exatamente para que houvesse temor e tremor diante de Deus: A minha aliança com ele (Levi) foi uma aliança de vida e de paz, que na verdade lhe dei para que me temesse (v.5). É o temor ao Senhor que nos afastará do pecado, é o que nos faz tremer diante de um Deus que tudo vê e perscruta, e diante do qual compareceremos ante Seu tribunal (II Co 5:10) e que se constitui numa fonte de vida para evitar os laços de morte (Pv 14:27).


5 - Afastaram-se da verdadeira instrução baseada na Palavra de Deus (vs.6-8). O afastamento da liderança dos princípios da Palavra de Deus desembocou no desvio dos caminhos do Senhor e conseqüentemente, no tropeço e na queda do povo de Deus. 


6 - Quebraram a aliança com Deus (v.8). Em Números 25, verso 13, vemos a aliança perpétua que Deus fez com Levi e seus descendentes. O pecado deles os cegou a ponto de violarem a aliança e cometerem toda sorte de injustiça e desvarios. Com a quebra da aliança vem a infidelidade conjugal e os casamentos mistos (2:10-16) e a infidelidade na devolução dos dízimos e das ofertas (3:6-11).


Conclusão

Por causa da desonhra a Deus, eles perderam o testemunho e a autoridade (v.9). Mostraram parcialidade no exercício de seus julgamentos, chafurdaram-se na feitiçaria, no adultério, nos falsos juramentos, na injustiça na retenção de salários, na opressão dos pobres, na torção do direito do estrangeiro e na falta de temor de Deus (3:5), deixaram de seguir o padrão do caráter de Deus, que não faz acepção de pessoas, nem aceita suborno (Dt 10:17). Tudo isso fez com que ficassem desmoralizados diante do povo de Deus e enfraquecessem seu testemunho perante a opinião pública.
O propósito central da Palavra de Deus, visa mostrar a relação entre obediência (Dt 33:9) à aliança e a vida diária. O compromisso com Deus leva inevitavelmente à vida abundante, caracterizada pela vida, pela paz e pela retidão (Ml 2:5).
Precisamos “pescar” o apelo sutil do termo condicional “se” do início do verso dois. Dele jorram graça e esperança aos borbotões,torrentes de cura que se derramam do trono da graça, que uma vez nos inundando, nos ajudará a evitar os erros que cometeram os sacerdotes do livro de Malaquias, que quebraram o compromisso da aliança com Deus e desonraram o Nome do Senhor dos Exércitos. Apeguemo-nos, então, firmemente a esse minúsculo “se” e recebamos pela fé a poderosa intervenção da graça divina.